quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Analisando o Julgamento de Jesus



Hoje estive lendo o Evangelho de Marcos e como estou "atuando" na área criminal, prestei atenção no "julgamento" de Jesus, se é que podíamos chamar aquilo de julgamento.





Como eu sei que se eu só disser que está no capículo 15 vocês não vão procurar, segue o capítulo:





"E, logo ao amanhecer, os principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio, tiveram conselho; e, ligando Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos."





Ou seja, o Sinédrio aí funciona como o delegado que recebe a noticia criminis (aquela história de "vou dar queixa de você"..então, queixa é a noticia criminis, sacou?)..voltando..


Então, o delegado, quando recebe a tal noticia deve instaurar o inquérito, ou seja, investigar! O que não aconteceu nesse julgamento.


Eles, simplesmente, acordaram entre si e ligaram o "caso" a Jesus. Seria o mesmo que João, brigando com Pedro, fosse na delegacia e dissesse ao delegado só de raiva que Pedro matou Paulo e o delegado prendesse Pedro e mandasse pro juiz.





Então..o "juiz" nesse caso de Jesus é Pilatos. Seria o mesmo que mandar o prefeito da cidade julgar os prisioneiros e decidi se eles vão ser soltos ou não.





"E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.
E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas; porém ele nada respondia.
E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti.
Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava."









O promotor (atuando como parte de acusação) eram os próprios sacerdotes, ou seja, "o delegado", o mesmo que, anteriormente, já havia decidido que Jesus era culpado.








"Ora, no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem.
E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte.
E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito.
E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?
Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.
Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás.
E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos Judeus?
E eles tornaram a clamar: Crucifica-o.
Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.
Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado."






Isso, caros colegas, é o que chamamos de Egrégio Tribunal do Júri. Esta aberração supracitada é, nada mais nada menos, que a soberania dos veredictos baseado no "interesse" da sociedade, ou seja, o que aquelas sete pessoas (o Conselho do Júri) decidem equivale a dizer que toda a sociedade decidiu e NINGUÉM pode mudar (princípio da soberania).






"E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte.
E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.
E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!
E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele e, postos de joelhos, o adoraram. E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes; e o levaram para fora a fim de o crucificarem."






Acho que todas as pessoas sabem o que acontece com um estuprador quando ele é preso: apanha!


Mas poucos sabem que tortura é crime e é crime hediondo. "Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes que estão no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, devendo, portanto, ser entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade".





Por fim, me diz: quem cometeu, realmente, algum crime aí?

Um comentário:

Helena disse...

Pois eh... tenho certeza que Jesus não é culpado de nada...mas sofreu foi condenado e morreu por amor de cada um de nos...muito legal Lai...