Aquário Sobrenatural

Esse fim de semana estive em Praia do Forte na casa de um casal de irmãos do Bola. Poderia falar sobre união, sobre unidade, sobre repartir o pão, da importância de estar junto mesmo...mas hoje vou falar do que estava lá e quase não vi.

Quem já fez mergulho deve compreender a beleza do que vou dizer, mas para quem nunca mergulhou, vou deixar algumas imagens retiradas do google:









Chegamos na praia e fomos direto para o mar, ficamos em uma piscininha morninha. O céu estava lindo, o mar uma maravilha, a companhia agradabilíssima. Estava tudo perfeito, aos meus olhos e mal eu sabia que havia tanto ainda para viver.

Foi então que me deram um óculos de mergulho! Fui andando para perto dos corais e fiquei alguns minutos ali, sozinha, tentando colocá-los. Quando, finalmente consegui, afundei no mar e não acreditei no que vi! Ao meu redor, tinha muitos peixes! Listradinhos, lindinhos, todos do meu lado e eu, ali na superfície, não os via, não via aquela beleza, a criação do Pai ao meu redor.

Ao mesmo tempo, veio na minha mente uma situação. Aquela circunstãncia que eu tava vendo com meus próprios olhos se assemelhavam muito com o mundo sobrenatural e com o que eu tava vivendo. E veio uma certeza ao meu coração: o mundo sobrenatural é como o fundo do mar!

Enquanto eu tava ali na superfície, o mundo marinho estava acontecendo, mas meus olhos estavam focados em outra coisa, seja no céu, seja nas águas cristalinas, seja no snorkel, seja em meu namorado, ou nos meus amigos. Assim é o mundo espiritual, ele existe, independente se a gente vê ou não o que está acontecendo.

Então, com o snorkel em seu devido lugar, fui explorar o fundo do mar. Ah...tantas coisas e tão perto, se eu não tivesse tomado a iniciativa de buscar eu nunca teria visto nada daquilo. Se nós ficarmos na superfície, com medo de mergulhar fundo no sobrenatural, nunca veremos o que Deus tem para nós. Os peixinhos estavam lá ao meu redor, as maravilhas do que eu vi estavam lá, apenas me esperando.

Vi peixes listrados, azuis, amarelos, pretos ousados. Vi cobras, siris, pinaúnas. Vi corais, algas marinhas, búzios. Vi animais que nunca tinha visto antes, me assustei com algumas coisas, às vezes machuquei os pés enquanto nadava em busca das maravilhas. Mas só vi porque eu tava lá, porque eu decidi mergulhar, porque eu quis ir além da superfície.

Alguns peixes vieram até mim, outros eu precisei dar pão para que viesse comer em minha mão, outros, ainda, nem com pão vinham, mas quando eu soltava comida, vinham tantos e tantos e faziam um malabarismo incrível em minha frente, permitindo que eu desfrutasse daquela visão. Quando mergulharmos em busca de Deus, algumas benção virão sem a gente precisar fazer nada, outras benção são precedidas de condicionais e outras, ainda, nem se fizermos algo acontecerá porque é preciso que o tempo de Deus se cumpra.


Quando pensei que já tinha visto tudo e já ia desistindo, mergulhei outra vez e vi uns corais na minha frente, altos, quase do meu tamanho. De longe, escuro, vi apenas um amontoado de pedras e, apreensiva, me aproximei. À medida que ia me aproximando, pensei que era uma caverna escura e tinha alguns peixinhos em volta. Quando me aproximei de vez, sobressaltada às vezes com a balburdia dos peixes, percebi que era um arco de corais que permitia que eu passasse para o outro lado. O medo do desconhecido, a insegurança, os peixes ao meu redor me assustando não permitiram que que descobrisse o que havia do outro lado dos corais. Assim é com Deus, quando desfrutamos tudo que Ele tem para nós, Ele abre portas para mergulharmos ainda mais fundo e conhecermos mais DELE, cabe a nós decidirmos se prosseguimos ou se nos contentamos com as maravilhas que já vimos.

Eu me contentei e fui embora, mas não quero mais permitir que o medo, as circusntâncias ou o conformismo me afaste de Deus. Estou disposta a mergulhar fundo!